Nesse contexto, chama-se à reflexão acerca dos desafios enfrentados pelas mulheres jovens advogadas. Convém frisar que na OAB/SC, por exemplo, as jovens advogadas representam mais de 50% dos profissionais em início de carreira, o que demonstra que a força feminina já despertou para a batalha.
Observa-se, como ponto comum entre as colegas, a busca permanente pela qualificação profissional, bem como pelo respeito na posição de suficientes representantes de seus clientes frente a eles mesmos e ao Poder Judiciário e demais órgãos.
Este comportamento, fruto de muitos anos de oposições, enfrentamentos e proposições inclusivas, é uma conquista que nos afasta definitivamente de uma posição introvertida perante os demais, especialmente no âmbito profissional.
É certo que ainda há resquícios de comportamentos hostis com as jovens advogadas, pois carregam o duplo atributo de ser mulher e principiante, os quais ensejam o prejulgamento de serem inexperientes e frágeis.
Entretanto, as profissionais jovens vêm se posicionando de forma a elidir tais comportamentos, basta verificar nas salas de sessões dos Tribunais, nas audiências, no meio acadêmico e nas lideranças institucionais; o fato é que não devemos parar.
Fala-se muito, atualmente, sobre empoderamento feminino, expressão que, em um primeiro momento, denota “poder”. No entanto, a palavra “empoderamento” é derivada do inglês – empowerment –, traduzida como “fortalecimento”.
Certamente a força é uma virtude que jamais deixou de acompanhar as mulheres advogadas. E as jovens têm absorvido cedo que o treinamento para o bom combate é difícil, o que as leva a trazer à superfície o destemor, por vezes adormecido, que é naturalmente presente na natureza feminina. Neste momento ocorre o empoderamento, o fortalecimento, da mulher jovem advogada.
Sensibilidade, delicadeza, empatia, disposição em ouvir, capacidade de enxergar além do óbvio são atributos inerentes às mulheres e, a partir deste despertar, apropriando-se do seu “poder pessoal”, a jovem advogada deve compreender que suas virtudes podem ser brilhantemente empregadas no alcance do sucesso profissional.
Por via de consequência, nasce a tão desejada autoconfiança – que não deve ser um sentimento de superioridade em relação aos outros, mas sim a desnecessidade de se comparar. E, falando nisso, sejamos jovens advogadas que apoiam e motivam umas às outras, pois quando conduzimos o outro a um lugar melhor do que estava, em qualquer âmbito, formamos uma grande corrente afetiva a qual confere leveza às relações profissionais.
Por tudo isso, Jovens Advogadas, este caminho recém inaugurado não deve ser temido. Resgate o seu “empoderamento” e acredite nele. Não deixe que os problemas do dia-a-dia desmantelem a sua sensibilidade, utilize-a como aliada. Nós temos a força do mundo no nosso interior, pois somos capazes de gerar a vida!
Sigamos cumprindo nossas obrigações de forma fiel ao que acreditamos; já estamos incluídas, o respeito e a deferência que ainda carecem só depende de nos mantermos empoderadas, fortalecidas, unidas e graciosas!
Isabela Bergamasco